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Ninguém é obeso porque quer

É muito comum ouvirmos as pessoas dizendo que tal pessoa é obesa porque não se cuida ou é desleixada com a saúde. Mesmo os governos não investem dinheiro e não adotam políticas para tratamento e prevenção da obesidade por no fundo terem esse mesmo pensamento. Isso é tão arraigado e tão falado na nossa sociedade que até o próprio paciente obeso acaba tendo isso como verdade, fazendo a achar que ele é o único culpado pela sua condição. Porém, quem estuda obesidade sabe que isso não é verdade. O paciente obeso é uma vítima e não o culpado. É preciso entender que a dificuldade de controle na alimentação e a falta de energia para iniciar exercício são sintomas de uma doença e não apenas a causa. Sintomas da doença obesidade. 

A pessoa obesa ou com uma tendência ao ganho de peso possui forças que a fazem engordar. Sabemos que a genética tem importante papel no ganho de peso. Filhos de pais obesos têm chance de 80% de se tornarem obesos no futuro.  Essa genética tem implicação na fome e no gasta de energia.  Pacientes com obesidade têm alterações na sinalização do apetite. Alterações hormonais ou alteração na resistência a ação de hormônios que regulam a vontade de comer, a fome e o gasto energético contribuem para que o paciente não consiga ter um auto controle sobre suas escolhas alimentares. Além disso, as bactérias que vivem no intestino (microbiota intestinal) dos obesos são diferentes das dos mais magros e sabemos que isso colabora para o ganho de peso. O ambiente obesogênico, muitas vezes, acompanham esses pacientes desde a infância, tornando uma tarega nada fácil mudar hábitos alimentares e de atividade física tão arraigados na vida da pessoa. 

Enfim, não podemos colocar essa responsabilidade tão dura nas costas do paciente obeso, que já sofre tanto com sua condição. É preciso um novo olhar, mais acolhedor, entendendo a real situação do doente, suas angustias e ansiedades e com auxilio em várias frentes (estilo de vida, atividade física, controle emocional, medicação e, eventualmente, cirurgia) para termos uma abordagem mais acertada. 

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