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Causas da obesidade

O acúmulo de gordura em excesso ocorre quando ingerimos mais energia, através dos alimentos e bebidas, do que gastamos com todas as atividade do nosso corpo. 

Esse desequilíbrio energético tem sua origem em várias causas na maior parte das vezes e  vem da interação entre  genética, ambiente, hábitos de vida e emoções. 


Ambiente

O estilo de vida atual trouxe mudanças no comportamento do homem, reduzindo os níveis de atividade física e aumentando a ingestão calórica.  Nas últimas décadas, o consumo de alimentos com alta densidade energética, muito palatáveis, pouco sacietógenos e de fácil absorção vem aumentando de maneira constante por conta de sua grande disponibilidade, fácil preparo e preco acessível.  A rotina diária corrida forçou a redução no número de refeições, menor número de refeições em casa e aumento do consumo em redes de fast-food onde as porções têm cada vez mais maior conteúdo calórico. Refeições mais rápidas atrapalham os mecanismos de saciação. Cada vez mais os encontros sociais com amigos e familiares são acompanhados de alimentos e bebidas calóricos (pizzas, lanches, salgadinhos, churrascos, sobremesas, refrigerante, bebida alcoólica, etc.) em que o efeito de prazer e recompensa (efeito hedônico) supera o efeito que visa o equilíbrio de energia do nosso corpo, levando ao consumo excessivo de energia dos alimentos. 

Diversas fases da vida podem implicar em mudanças no peso. Já na fase intrauterina a alimentação da mãe pode influenciar o peso futuro do filho. A ausência do aleitamento materno pode predispor ao excesso de peso. A exposição precoce a alimentos hipercalóricos na infância pode aumentar as chances de obesidade na idade adulta ou mesmo antes.  A cada gestação há uma chance maior de sobrepeso e aumento de peso excessivo na gestação e falta de perda de peso após o parto são preditores de obesidade. 

O ato de parar de fumar muitas vezes é seguido por um período subsequente de ganho de peso.  Programas que visam tanto a cessação do tabagismo quanto o controle alimentar são mais efetivos em prevenir esse ganho. 

A modernidade também nos trouxe vários confortos que nos permitem movimentar menos e gastar menos energia.  Carga de trabalho excessiva e falta de tempo obrigam uma redução da prática de atividade física regular. 


Genética 

Raramente a obesidade pode ser causada por alteração de um único gene ou estar dentro de uma síndrome genética. 

Por outro lado, a genética também é responsável, em parte, pelo ganho de peso na obesidade comum. Porém, essa responsabilidade é de vários genes e não de um só, o que chamamos de herança poligênica.  Sabe-se que o risco de obesidade quando nenhum do pais é obeso é de 9%, quando um dos pais é obeso, eleva-se para 50% e quando os dois pais são obesos esse risco é de 80%.  Gêmeos idênticos (monozigóticos) ganham peso de maneira semelhante quando comparados a outros indivíduos expostos a mesma dieta hipercalórica. Gêmeos que vivem separados dos seus pais biológicos tem mais associação positiva do peso com esses do que com os pais adotivos.  


Emocões

Sentimentos de inferioridade e isolamento social  em adulto e crianças obesos estão quase sempre presentes. Estresse, ansiedade, depressão, nervosismo e o hábito de se alimentar quando problemas emocionais estão presentes são comuns em pacientes com sobrepeso ou obesidade. Isso sugere uma relação entre estresse e ansiedade e a busca por alimentos mais palatáveis que geram sensação de prazer e que acabam por aliviar os sintomas iniciais. Fecha-se um ciclo que sempre se retroalimenta. Ou seja, a pessoa ganha mais peso, fica mais descontente consigo mesma, logo mais ansiosa e estressada e acaba por buscar conforto na comida. 



Medicamentos 

Inúmeros medicamentos são associados a ganho de peso com o seu uso e podem ser causa de acumúlo rápido de gordura. São comumentes associados a ganho de peso: antidepressivos tricícliclos (amitriptilina, imipramina) , paroxetina e mirtazapina, antipsicoticos atípicos como olanzapina, quetiapina, risperidona, clorpromazina e clozapina, estabilizadores do humor como valproato de sódio e carbonato de lítio, anticonvulsivantes como a gabapentina, benzodiazepínicos como diazepam , alprazolam e flurazepam, anti-hipertensivos como os beta-bloqueadores , anti-histaminicos e corticoides. Ganho de peso está associado a várias terapia para diabetes e isso deve ser levado em conta na hora da escolha da melhor terapia para cada paciente. Sabemos que ganho de peso está associado ao uso sulfoniureias como a glimepirida, gliclazida e glibenclamida, a pioglitazona, as glinidas, e a insulina,.


Sono 

As horas de sono estão inversamente correlacionados ao imc e a obesidade.  Sabemos que a privação do sono leva a hiperfagia em animais.  Em humanos, a privação de sono leva a menor secreção de leptina e tsh, aumento da grelina  e redução da tolerância glicose, com consequente aumento da fome e do apetite. 

A melatonina tem papel na regulação temporal circadiana e também na secreção e ação da insulina. A redução da melatonina que ocorre com trabalho noturno, envelhecimento, iluminação noturna leva a resistência a insulina, intolerância a glicose, perturbações do sono e a desorganização circadiana metabólica. 


Disruptores endócrinos 

DE são substâncias lipofílicas produzidas industrialmente que podem afetar nossa regulação hormonal normal. Podem causar ganho de peso por múltiplas vias. A carga desses disruptores em nosso organismo vem aumentando a cada ano. 


Ambiente termoneutro 

O uso de aparelhos que ajustam a temperatura do ambiente para que fiquemos confortáveis teria o prejuízo de poder levar a ganho de peso. O corpo gastaria menos energia para que ele próprio conseguisse manter nossa temperatura normal em temperaturas mais extremas. 


Microbiota intestinal 

As bactérias que ocupam nosso intestino podem ter um papel na causa da obesidade. Sabe-se que flora bacteriana intestinal de magros e obesos é diferente. Alterações nas populações bacterianas podem aumentar a permeabilidade do intestino facilitando a entrada de bactérias inteiras ou de componentes tóxicos dessas bactérias. Essas alterações podem também afetar a produção de sinais que induzem a saciedade.

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